Fael é vendida por R$ 280 milhões

A Ser Educacional está comprando a Faculdade Educacional da Lapa (FAEL), uma companhia 100% focada no ensino à distância por meio dos chamados ‘polos parceiros’, aqueles operados por terceiros, as informações são do site Brazil Journal.

A Ser está pagando R$ 280 milhões mais um earnout de até R$ 17,5 milhões daqui a dois anos, caso certas metas de performance sejam atingidas.

A aquisição da FAEL dobra a base de alunos de EAD da Ser para 180 mil e aumenta seu número de polos de 440 para mais de mil. Há também um casamento geográfico: a forte presença da FAEL no Sul e Sudeste dá à Ser um alcance nacional, já que a companhia hoje é muito concentrada no Nordeste.

Para além dos ganhos óbvios de escala, a aquisição é uma mudança significativa no modelo de negócios da Ser, que hoje opera com polos próprios em 80% de sua base. Como os polos parceiros — o negócio da FAEL — têm custo de instalação cerca de 30% menor, o potencial de penetração do negócio aumenta.

A transação tem outra sinergia importante: hoje, 40% dos alunos de EAD da Ser estão em cursos de saúde e engenharia — cujo tíquete médio é mais alto. Mas apenas 4 mil dos 90 mil alunos da FAEL fazem estes cursos, cuja oferta deve aumentar depois da aquisição.

Depois da aquisição, o negócio de EAD passa a representar 20% da receita consolidada da Ser e metade de sua base total de alunos.

O CEO Jânyo Diniz disse ao Brazil Journal que esta nova escala no EAD vai nortear as próximas aquisições do grupo.

“Vamos focar em otimizar nossa rede. Podemos comprar, por exemplo, um curso de matemática financeira, ou um curso para concursos, ou uma tecnologia para ensino — ativos que, colocados na nossa rede, geram muito mais valor do que se comprados isoladamente.”

A FAEL — que atende 90% da população brasileira a um raio de até 50 km de seus polos — foi fundada em 1998 na cidade de Lapa, a cerca de 80 km de Curitiba.

Em 2014, a Vanta Education, companhia americana investida do fundo de private equity Apollo Global, comprou cerca de 76% da FAEL. A família fundadora, do CEO Luiz Carlos Silveira Filho, tinha os outros 24%. A Ser está comprando 100% do negócio, e Luiz Filho ficará como executivo, transferindo para a Ser a expertise da FAEL em lidar com os polos parceiros.

A FAEL faturou R$ 156 milhões no ano passado, e fez um EBITDA de R$ 20 milhões. Considerando as sinergias, a Ser disse que o preço ficou abaixo de 8x EBITDA.